Dividir Internet com vizinho é comum para parte do Brasil
DPL News - 24/11/2023 - [gif]
Autor: Mayara Figueiredo
Assunto: TIC Domicílios
Apesar do avanço na universalização do acesso à internet no Brasil, a disparidade persiste, com uma parcela significativa do país compartilhando conexões e custos de banda larga, revela a pesquisa TIC Domicílios 2023 do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
A prática de dividir a senha e a fatura do wi-fi é comum em 16% das residências, sobretudo nas áreas rurais (27%), entre as classes mais baixas (25%) e no Nordeste (24%), evidenciando barreiras técnicas, localidades menos adensadas e desafios econômicos para a conectividade.
A nova edição do estudo, revela que 84% das residências, equivalentes a 64 milhões de pessoas, estão conectadas à rede, um aumento de quatro pontos percentuais em relação a 2022. O crescimento foi mais significativo nas classes C (de 87% em 2022 para 91% em 2023) e DE (de 60% para 67%).
A proporção de usuários de internet também cresceu para 84%, com destaque para o aumento entre as mulheres, chegando a 86%. Apesar do avanço, há preocupações com a exclusão digital, especialmente em áreas urbanas periféricas. Observa-se também que a desigualdade na qualidade do acesso afeta o desenvolvimento de habilidades digitais. Quem utiliza a internet por múltiplos dispositivos, não só realiza mais atividades como também adquire diversas habilidades.
Meios de acesso e serviços acessados
A pesquisa também destaca a predominância do acesso via telefone celular (99%), corroborando os dados do IBGE, seguido por televisão (58%) e computador (42%).
Quanto a serviços online, 73% dos usuários de internet utilizaram serviços de governo eletrônico, representando um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2022. A realização de serviços de pagamento de impostos online também cresceu. Metade dos usuários (50%) realizou compras online nos últimos doze meses, indicando a incorporação do consumo digital nos hábitos de um contingente maior de brasileiros.
Já o consumo de podcasts aumentou para 29%, impulsionado principalmente pela produção nacional. O acesso a vídeos por meio de canais de assinatura, subiu para 45%, enquanto sites de compartilhamento de vídeos continuam sendo as principais plataformas consumidas.