Para presidente da ANPD, brasileiro entrega dados demais e sem pensar na finalidade
Convergência Digital - 28/1/2025 - [gif]
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Assunto: Segurança e proteção de dados
"As pessoas só se preocupam quando ocorre um problema", sinaliza o presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves
O presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, Waldemar Gonçalves, destacou nesta terça-feira, 28/1, que os brasileiros entregam dados pessoais sem pensar na finalidade efetiva e que isso merece uma reflexão.
“Essa reflexão em ceder dados de uma forma indistinta e sem pensar, você só começa a se preocupar quando ocorre realmente um problema. Uma reflexão para que todos os titulares de dados questionem a finalidade, a necessidade dessa excessiva coleta de dados pessoais que nós estamos atravessando”, afirmou.
O alerta veio na abertura do evento “Importância da Segurança para a Proteção de Dados”, realizado pela ANPD e pelo CERT.br, em comemoração ao Dia Internacional de Proteção de Dados.
A gerente geral do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), Cristine Hoepers, reforçou a mensagem e ressaltou que titulares e desenvolvedores de aplicações têm também responsabilidades com a segurança dos dados.
“A gente já está num momento de muita exposição, em que tem muita gente dando dados e informações sem necessariamente pensar nisso que está dando. Vai comprar um pão, pede o CPF. Abre um cadastro em algum lugar, pede o CPF”, lembrou.
Além de apontar para “o ônus na parte de quem desenvolve esses sistemas”, Hoepers insistiu que os titulares de dados, ou seja, as pessoas em geral, precisam participar ativamente da segurança.
“Todo mundo espera que alguém vai conseguir proteger os meus dados. Mas eu também tenho um papel na proteção dos meus dados. A ANPD não vai salvar o mundo se você não fizer a sua parte. Somos titulares de dados e é papel de todo mundo pensar em proteger o dado.”
Para o presidente da ANPD, “isso é tão importante quanto as organizações, privadas, órgãos públicos que se adequarem à Lei Geral de Proteção de Dados. É uma operação que vem levar essa segurança a todos em questão de respeito aos dados pessoais dos nossos titulares. É uma questão que vai diferenciar empresas e órgãos que têm essa preocupação de estar cada vez mais adequado à nossa LGPD. Com uma sociedade cada vez mais conectada, estão surgindo riscos de vazamento de dados, riscos de fraudes. Essa preocupação é importante e ela tem que ser de todos”.
