Anatel aprova plano de ação para ampliar IPv6 no Brasil

O Conselho Diretor da Anatel aprovou nesta quinta-feira, 17, a proposta do plano de ação para ampliação do IPv6 nas redes de telecomunicações brasileiras. O processo envolve a reativação de grupos de trabalho e o engajamento de agentes regulados e não regulados.  A necessidade de maior adoção do IPv6 para substituir o IPv4 se deve à escassez de endereços disponíveis no formato antigo.

De acordo com o conselheiro Arthur Coimbra, relator do processo, a adoção do IPv6 se alinha com os objetivos estratégicos do País em termos de infraestrutura digital e segurança cibernética. "O Brasil precisa acompanhar o ritmo global de inovação. O protocolo IPv6 é um passo fundamental para garantir que as nossas redes estejam à altura das exigências tecnológicas do futuro", disse ele.

De acordo com a área técnica da Anatel, a maior barreira à adoção se encontra nos provedores de conteúdo, incluindo páginas governamentais, que ainda operam exclusivamente com IPv4. 

Coimbra também lembrou pesquisa do NIC.br, que aponta que a adoção do IPv6 no Brasil gira em torno de 50%. Essa taxa coloca o Brasil em segundo lugar na América Latina, atrás somente do Uruguai. Apesar disso, o conselheiro afirma que a agência observa uma estagnação na ampliação desse protocolo – especialmente entre as prestadoras de pequeno porte (PPPs).

Plano

O novo plano de ação incluirá a reativação do GT-IPv6, agora sob a governança do Grupo Técnico de Suporte à Segurança Pública (GT-Seg). Entre as medidas, estão o diagnóstico e incentivo da adoção do IPv6 às PPPs, além da atuação junto aos provedores de conteúdo.

A ideia também é que haja aumento do suporte aos equipamentos com o novo protocolo – o que envolve certificação de equipamentos de telecom. Segundo Coimbra, o plano também vai abordar ações de conscientização e acompanhamento do setor, bem como a avaliação de revisões regulatórias ao longo do projeto.

Com isso, ficou aprovado que as áreas da Anatel sigam esse plano de ampliação do novo protocolo sob a coordenação do grupo GT-IPv6. Além disso, a agência deverá avaliar como garantir que empresas guardem os registros de conexões e adotem o IPv6 – conforme o projeto da agenda regulatória. Também foi determinada a nomeação de servidores responsáveis por acompanhar o trabalho do GT-IPv6 nas superintendências competentes.