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03 NOV 2025

3º Diálogos SNIIC apresenta pesquisa sobre TIC em equipamentos culturais


Gov.br - 31/10/2025 - [gif]


Assunto: TIC Cultura

O Ministério da Cultura (MinC) promoveu nesta sexta-feira (31) o 3º Diálogos SNIIC. A nova edição do ciclo de conversas mensais sobre pesquisas culturais com foco em gestão teve como tema os equipamentos culturais. Na ocasião foi apresentada a TIC Cultura 2024, feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic). O trabalho busca compreender a presença e a adoção das tecnologias da informação em arquivos, bens tombados, bibliotecas, cinemas, museus, pontos de cultura e teatros.

As pesquisadoras Lúcia Bueno e Manuella Maia Ribeiro detalharam o estudo no evento realizado na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília (DF).

O encontro foi apresentado pela subsecretária de Gestão Estratégica do MinC, Letícia Schwarz; e conduzido pela coordenadora-geral de Informações e Indicadores Culturais, Sofia Mettenheim. Os comentários ficaram a cargo do coordenador de Arquitetura da Informação Museal no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José Murilo Costa, e do assessor técnico da Diretoria Executiva da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Jorge Teles.

“Os equipamentos culturais são os espaços físicos em que prestamos o serviço cultural. Nem todos são necessariamente públicos. Esse mapeamento joga luz nesse aspecto da gestão da política cultural, nos serviços que oferecemos” comentou Letícia Schwarz. 

A TIC Cultura é realizada pelo Cetic a cada dois anos, desde 2016. Os indicadores ajudam a orientar políticas públicas culturais e de governo digital que contribuem com a democratização do acesso à cultura e reforçam a importância do setor no desenvolvimento econômico do país.

A pesquisa conta com o apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de especialistas vinculados ao Ministério da Cultura (MinC), de organizações da sociedade civil e universidades.

“Durante muito tempo a gente teve poucas discussões sobre evidências na área da cultura e isso está cada vez mais importante. Não só de ponto de vista simbólico, mas estratégico. É muito oportuno chamarmos a atenção para as evidências que existem e, a partir delas, pensar a cultura como uma área especial, tanto do ponto de vista civil, para a civilização, para nós continuarmos no organismo civilizatório, mas também do ponto de vista de desenvolvimento e sustentabilidade. A cultura é uma área estratégica em vários sentidos”, salientou a coordenadora-geral de Parcerias da Cultura Viva da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), Iara Zannon.

Dados

Para a quinta edição foram coletados dados em 1.818 mil equipamentos em um universo de 17.154. A maior parte deles está localizada na região Sudeste, em especial teatros (49%) e cinemas (51%), enquanto há uma distribuição mais equilibrada de bibliotecas entre Sul (26%) e Sudeste (28%).

Em relação à internet, 100% dos cinemas e arquivos utilizaram a rede e 96% dos pontos de cultura. Quanto ao wi-fi, cinemas (95%), pontos de cultura (85%) e arquivos (83%) aparecem à frente entre os equipamentos que possuem a tecnologia.

A coordenadora de projetos de pesquisa no Cetic, Manuella Ribeiro chama a atenção para dois fenômenos que o estudo aponta.

“Bibliotecas, pontos de cultura e museus, tiveram crescimento relevante na disponibilização de wi-fi ao público, entre as pesquisas de 2022 e a de 2024. Nos casos dos pontos de cultura e bibliotecas, mais de 60% deles já oferecem  wi-fi, enquanto museus chegou à metade. Por outro lado, há um distanciamento do computador. Em 2020, quase metade das bibliotecas disponibilizavam tanto computador quanto wi-fi, agora essa diferença é de mais de 20 pontos percentuais entre ter computador, que ficou na faixa dos 40%, e disponibilizar o wi-fi, com 65%. Daqui a pouco, provavelmente na próxima edição, já vai passar dos 70%”, observou Manuela.

Ela destaca ainda o papel das políticas públicas para promover a inclusão digital. “Estamos vendo cada vez mais prefeituras disponibilizando wi-fi para a população. Temos que refletir quais são os impactos disso, pensando no acesso da sociedade. Isso com certeza tem que fazer parte das reflexões do papel, não só do setor de cultura e outros, mas qual o papel das políticas públicas para promover a inclusão digital?”, indagou.

Em sua participação, a pesquisadora Lúcia Bueno destacou um dos novos indicadores da edição 2024 do trabalho: a inteligência artificial.

“A gente constatou que apenas de 20% dos arquivos utilizam ferramentas de inteligência artificial, e entre os cinemas, 16% deles utilizam essa ferramenta”, comentou Lúcia.

O coordenador de Arquitetura da Informação Museal no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), salientou o impacto da pesquisa junto à entidade. “A partir da pesquisa nós pretendemos fazer uma cartilha sobre IA para os museus. Entendemos que esse é um mercado que está vindo muito forte na área de tecnologia”, enfatizou José Murilo Costa. 

Sobre o Diálogos SNIIC

A série de encontros marca a retomada do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), comandada pela Subsecretaria de Gestão Estratégica (SGE) do MinC. A cada edição, pesquisadores trazem recortes de pesquisas dedicadas ao campo da cultura, feitas por grupos ou instituições. 

Com enfoque voltado à gestão, o Diálogos SNIIC é voltado à equipe do sistema MinC, no sentido de apoiar tomadas de decisão a partir de evidências. Por meio da socialização de conhecimentos e das discussões sobre os números da cultura, visando internalizar atividades de avaliação e fortalecer uma cultura de gestão baseada em dados.

A ação realizada no âmbito do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais busca contribuir para que as políticas públicas de cultura sejam cada vez mais efetivas e democráticas.