NFTs fazem sentido?
Revista Abranet - 12/5/2022 - [gif]
Assunto: NFT
A sigla para non-fungible token – que, em tradução livre, significa algo como token não-fungível – ganhou espaço na mídia nos últimos meses, principalmente, após personalidades como o jogador de futebol Neymar e o cantor Justin Bieber terem gastado o equivalente a R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões em arte de coleções do Bored Ape Yacht Club.
O NFT, assim como as criptomoedas, estão se popularizando rapidamente. Rafael Marenco Barella, do Cescon Barrieu Advogados, aponta que, com a expansão do metaverso, esses criptoativos ganham funções ainda mais importantes. “Em um mundo digitalizado, qual é a moeda que deve ser utilizada em transações?”, questiona. “Da mesma forma que as empresas vendem bens de consumo com entrega em domicílio, elas podem utilizar a tecnologia blockchain para vender NFTs no metaverso, expandindo as suas linhas de produtos”, completa.
NFTs são, por natureza, únicos, o que pode significar um certo grau de escassez para um bem digital, em que esse conceito tipicamente não se aplica. É justamente por isso que Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br, vê com cautela o movimento. “Em uma época digital, que você consegue duplicar coisas, é esquisito que tenha um modelo em cima disso”, disse, confessando não ser muito fã de NFTs e não ter usado. “Temos sempre de tomar cuidado, porque muitas destas coisas são balões de ensaio. Vejo ceticamente o negócio de NFTs”, completa.
Alguns cuidados devem ser tomados, tanto por quem oferece NFTs como por quem compra. O primeiro, diz Barella, é a idoneidade do vendedor. “Quem compra NFT deve ter a segurança de que a transação é legítima, para evitar fraudes. As transações em blockchain são finais e irreversíveis. Antes de comprar criptoativos, a pessoa deve procurar todas as informações necessárias sobre como fazê- lo e quais as consequências de fazê-lo”, ensina.
Não há ainda uma regulação para o metaverso ou para os criptoativos, uma situação que, segundo o advogado, não deve durar por muito tempo. “À medida que a popularidade do metaverso cresce e a tecnologia se difunde, o Legislativo terá também mais subsídios para propor uma regulamentação para o espaço”, pondera.
Para o consultor Omarson Costa, com poucas iniciativas, o metaverso ainda está muito incipiente, não é algo que se concretiza em 2022, ao contrário de NFTs, que estão um pouco à frente na adoção, mesmo que as pessoas não compreendam seu uso para além da obra de arte. “Desses três – metaverso, Web 3.0 e NFTs –, NFT é o mais tangível. Os outros estão bem soltos. Algo concreto é o uso de voz como interface. É a voz o sistema operacional do futuro. Você vai interagir com IoT por meio de voz.” Nesse sentido, ele chama a atenção para ferramentas de voz usando computação quântica, inteligência artificial e machine learning, que elevam a cognição, aumentam a acurácia e melhoram o detalhamento em termos de resultados.