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20 ABR 2018

Flávia Lefèvre, do CGI.br, discute escândalo do Facebook no DigiClub


Brasil 247 - 19/04/2018 - [gif]


Autor: Pedro Zambarda
Assunto: Segurança e Privacidade na Internet

Ela é representante do Terceiro Setor do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) e advogada. Debate foi sobre o escândalo de vazamento de mais de 80 milhões de dados privados do Facebook com a consultoria Cambridge Analytica, que influenciou a votação do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e a polêmica eleição de Donald Trump.

Por Pedro Zambarda, editor do DigiClub.

"Pelo semblante dele na sessão, acho que o Zuckerberg está em apuros. Ele visivelmente não sabe o que fazer", pontuou a advogada e representante do Terceiro Setor no CGI.br, Flávia Lefèvre, no programa DigiClub da TV247 nesta quinta (19). A especialista, que teve carreira pela Anatel e diversas instituições, conta que a privacidade de dados é importantíssima no mundo digital de hoje. "Mas ela é especialmente complicada quando temos um monopólio de rede social hoje, que é o caso do Facebook com seus dois bilhões de usuários, boa parte do planeta Terra", pontua.

Foi descoberto que a rede social de Mark Zuckerberg vazou até 80 milhões de dados de perfis privados do Facebook para a consultoria Cambridge Analytica, que prestou serviços para a campanha pró-Brexit no Reino Unido, que tirou os ingleses da União Europeia, e para a eleição do conservador e republicano Donald Trump nos Estados Unidos. Para Flávia, o escândalo mostra o descontrole de Zuckerberg sobre sua própria criação e como a relação dele com a NSA, revelada por Edward Snowden em 2013, possui lanços ainda mais profundos com empresas da iniciativa privada.

"O algoritmo, quando funciona numa pequena rede, é controlável. Numa rede com alcance de bilhões de pessoas, como é o caso do Facebook, ele acaba facilmente caindo nas mãos de diversos clientes e potenciais clientes. Imagino que Zuckerberg achou que poderia controlar os dados. Mas ele de fato não consegue", explicou a advogada.

Flávia Lefèvre também afirma que é pouco provável que redes sociais como Facebook e Twitter, além do Google, sejam completamente neutras nas eleições brasileiras de 2018. Por isso, é bom que a sociedade faça pressão para que meios alternativos de informação continuem atuantes na internet. "O caso da Cambridge Analytica evidencia esse problema", finaliza.