Dos hábitos aos bons valores: o papel da escola no caminho da criança
Colégio Magnum - 13/11/2020 - [gif]
Assunto: TIC Kids
É dentro do ambiente familiar que as crianças constroem seus primeiros hábitos e valores. Posteriormente, elas são inseridas em grupos sociais como a escola, onde suas orientações passam a ser obtidas, também, por meio de colegas e professores. A partir de então, escola e família conduzem o principal núcleo de referências de uma criança/adolescente.
Assim, a ação complementar de pais e professores tem grande influência na formação dos valores morais das crianças. Isto é, existe uma grande responsabilidade dessa confluência para o futuro da sociedade como um todo. Ambos devem se apoiar mutuamente para colocar em prática uma missão tão profunda, múltipla e desafiadora que é a educação.
Incluir bons hábitos no aprendizado das crianças e dos adolescentes é um passo fundamental para ensiná-los valores como disciplina, equilíbrio, resiliência, iniciativa e discernimento. O ensino de qualidade de Português, Ciências, Matemática, História e outras matérias é o mínimo que se espera de um colégio. Entretanto, acompanhar no cotidiano a evolução da formação de valores e virtudes das crianças e adolescentes é um trabalho muito significativo para o futuro deles.
Com o propósito de integrar esse desenvolvimento, o Colégio Magnum oferece um ensino direcionado tanto para a educação acadêmica quanto para a formação humana. Um colégio comprometido com o aspecto formativo e o cultivo de valores cristãos, alinhados aos valores das famílias, proporcionando um ensino que respeite as diferenças e valorize a vida.
A Linha Pedagógica do Magnum é estruturada em três pilares: Ensino, Formação e Espiritualidade Cristã. O objetivo principal é formar, em parceria com a família, uma identidade no que se refere ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais e da moral autônoma.
“O Magnum propõe a formação integral do aluno, articulada aos valores de um trabalho que desenvolve cidadãos conscientes e felizes. Consequentemente, estimulamos o pensamento crítico, protagonista, empreendedor e social, tornando-os preparados para assumir responsabilidades diante da vida”, assegura Lana Medeiros, coordenadora de Formação do 2º ao 5º Ano do Ensino Fundamental.
Portanto, é por meio de experiências planejadas e da convivência, que os pequenos aprendem e colocam em prática ações coerentes com os princípios e valores norteadores do trabalho formativo.
Valores morais e a escola
Os valores morais dos ambientes sociais que vivenciamos vão nortear o nosso comportamento desde pequenos. Posto isto, o exemplo dos adultos e o reforço positivo são determinantes para a escolha desses valores. Se os valores morais se referem a um conjunto de princípios que norteiam o comportamento, eles certamente serão aprendidos na escola.
“Portanto, é através de atividades em grupo, diálogos, debates e atividades, que as diferenças são valorizadas. A escola é uma instituição em que a compreensão, a cooperação, a empatia, a escuta e o respeito são constantemente reforçados por meio das dinâmicas”, ressalta a coordenadora Lana Medeiros.
O ponto-chave, de acordo com a coordenadora pedagógica Rosália Soares, está em colocar em prática os valores com as crianças. Melhor dizendo, a abordagem prática nas crianças e nos jovens faz com que eles reflitam sobre situações nas quais algum princípio está sendo referência para alguma atitude. É aí que reside um bom momento para conceituar e nomear esses princípios e valores. “Nosso trabalho formativo com a juventude está todo embasado em valores associados a eles e que elegemos como fundamentais: amor a Deus, amor ao próximo, equidade, verdade, justiça, autoconhecimento, empatia e inquietude”, expõe.
Hábitos na rotina escolar
Ao assumir o compromisso de auxiliar as famílias na formação dos valores dos filhos, o Magnum entende a importância de pôr em prática bons hábitos. Para que a convivência entre colegas e professores seja harmoniosa, é preciso internalizar uma rotina. É necessário estabelecer hábitos de boa convivência, que são as regras e combinados.
“Bons hábitos precisam ser incluídos em um modo de vida, pois assim a criança os internaliza e os transforma em valores. Por exemplo, alimentação saudável, relação com a aprendizagem e a leitura, qualidade do sono, atividades físicas, a forma como organiza e planeja suas atividades”, ressalta a coordenadora Rosália Lopes.
Segundo Rosália, “a Educação Infantil abrange a fase mais rica de possibilidades na vida de qualquer pessoa. Nesse período, a arquitetura do cérebro vai sendo modelada de acordo com os estímulos que recebe. Os estímulos mais significativos são aqueles que vão sendo internalizados como parte de uma rotina e acabam se tornando hábitos”.
Wyller Mello, coordenador de Ensino do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental, conta sobre como uma ação simples mudou a rotina de um aluno, que não tinha o hábito de anotar qual era o dever de casa. Ele reconhecia a importância do dever, mas não incorporava o hábito de anotar qual seria a tarefa e, portanto, não a entregava.
À vista disso, um pequeno objeto mudou tudo. O aluno passou a colocar uma agenda aberta em sua carteira, ao lado do caderno. Deste modo, assim que o professor anotava o dever, a presença do objeto já o fazia automaticamente anotar.
Esse é um pequeno exemplo de mudança de hábito que gerou frutos na rotina do estudante. “No entanto, são inúmeras as situações que podemos imaginar em nosso dia a dia e que estão associadas a hábitos que gostaríamos de ressignificar. Conhecendo como os hábitos se instalam e como podemos modificá-los, temos mais condições de alcançar êxito nas mudanças necessárias em nossas vidas e também na ajuda que podemos oferecer aos estudantes, além do apoio dos pais a seus filhos”, explana Wyller.
Bons hábitos x conectividade
Com a popularização dos smartphones, inevitavelmente, acessar a Internet se tornou um hábito que faz parte da rotina das pessoas de todas as idades. O bom uso da Internet e a dificuldade de conseguir se desconectar de um mundo virtual totalmente entrelaçado com a vida pessoal e profissional são os grandes desafios da contemporaneidade. Os jovens, que desde muito pequenos têm à disposição o celular conectado, vivem as recompensas e os impactos negativos dessa praticidade.
As crianças e os adolescentes vivem num mundo onde os dispositivos eletrônicos podem se tornar mais atraentes que as obrigações escolares, tornando-se um problema. A TIC Kids Online Brasil 2020 aponta que 89% da população de 9 a 17 anos é usuária de Internet no Brasil, o que equivale a 24,3 milhões de crianças e adolescentes conectados. O estudo foi feito por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
De acordo com a pesquisa, o uso da Internet por crianças e adolescentes é predominantemente domiciliar: 92% da população investigada acessa a Internet de casa e 83% da casa de outras pessoas. Na escola, o acesso foi reportado por 32% dos entrevistados.
Uma outra pesquisa, realizada em Flandres, na Bélgica, com 1.656 estudantes de 13 a 17 anos, apontou que o uso de dispositivos eletrônicos à noite é prática recorrente entre os adolescentes e está diretamente relacionado ao aumento do nível de cansaço desses jovens.
Como explica o professor Wyller, todo hábito segue um caminho simples no cérebro: um sinal, uma rotina e uma recompensa.
1°- O sinal é o gatilho mental que vai definir qual hábito será colocado em prática. Esse gatilho mental pode ser, por exemplo, uma propaganda, ver alguém correndo ou o som e a vibração do celular.
2°- Portanto, acessar diretamente o smartphone para checar uma notificação pode se tornar uma ação de rotina.
3°- Por outro lado, esse hábito satisfaz um anseio neurológico, que oferece uma sensação agradável de recompensa.
Como proceder para que o celular não se torne um hábito ruim?
O problema é que o ciclo gatilho/ação/recompensa com o celular se transforma em um hábito rapidamente.
Como o celular está diretamente ligado ao mundo acadêmico e ao entretenimento dos jovens, a tarefa para pais e educadores não é nada fácil. Assim, é essencial que o jovem aprenda desde cedo o quanto, quando e como usar um aparelho que é tão útil em nossas vidas.
Primeiro, é preciso identificar os sinais que iniciam o ciclo do hábito que precisa ser rompido, isto é, que levam à distração em situações de estudo ou que requeiram alto nível de concentração. Segundo, é imprescindível treinar o cérebro através da prática para interromper o principal gatilho mental que leva ao celular, por exemplo, retirar o som e a vibração do smartphone nos momentos de estudo.
“É necessário identificar junto ao jovem os estímulos externos ou internos que o lançam a um comportamento que ativa rapidamente o sistema de recompensa, mas que ao mesmo tempo sabota as metas de desempenho estabelecidas”, observa Wyller.
Desse modo, cabe aos pais definirem horários, de preferência com a participação dos filhos, que contemplem, primeiramente, os compromissos escolares e, depois, os demais interesses que envolvam o uso da Internet. A Internet pode ser um problema na vida de todos da família, isto é, não é restrito aos jovens. Por isso, é importante que pais e filhos conversem sobre, treinem juntos, ajudem uns aos outros para que o celular, o tablet e o computador não sejam vilões dos bons hábitos.