Dia do Adolescente: como lidar com o acesso à Internet e prevenir riscos
São Paulo para Crianças - 21/9/2022 - [gif]
Assunto: TIC Kids Online
A geração Z, atualmente entre 10 e 25 anos, enfrenta desafios diferentes das gerações anteriores. A maioria não conhece o analógico e tem acesso à Internet desde muito cedo. E um dado da pesquisa TIC Kids Online BR 2021, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, traz um alerta aos pais e responsáveis: 35% dos adolescentes entre 9 e 17 anos disseram utilizar a Internet em ambiente privado e sem supervisão, e 85% dos entrevistados disseram saber colocar senha, restringindo o acesso de terceiros ao seu tablet ou celular.
Acompanhar e ter um diálogo aberto com os adolescentes é muito importante para a segurança deles, principalmente on-line.
"Sabemos que muitas violências contra crianças e adolescentes são praticadas e disseminadas na Internet; infelizmente, esses casos têm crescido a cada dia. Por isso, ressaltamos a importância de uma educação digital de qualidade para crianças e adolescentes, que ensine de maneira responsável a utilização da Internet, para que saibam identificar possíveis abusos e quais providências devem tomar. Somente com essa conscientização conseguiremos combater esse problema", afirma Mauricio Cunha, diretor de país do ChildFund Brasil, instituição que atua pelos direitos e desenvolvimento pleno das crianças e adolescentes.
Ainda de acordo com a pesquisa, 41% dos adolescentes fizeram contato com pessoas que não conhecem e 14% tiveram contato com conteúdo sexual - receberam mensagens, viram fotos ou vídeos postados por outras pessoas, já solicitaram que falasse sobre sexo ou pediram fotos ou vídeos do adolescente nu.
"Na Internet, você nunca tem certeza de que a pessoa que está do outro lado é realmente quem diz ser, pois existem muitas práticas de aliciamento. Assim, muitos abusadores utilizam dessa facilidade para ludibriar crianças e adolescentes. Por isso, é necessário que a Internet seja um ambiente cada vez mais transparente, seguro e protegido para todos", explica Cunha.
As denúncias de pornografia infantil cresceram 33,45% em 2021, segundo a SaferNet Brasil, o que traz grande preocupação.
Responsabilidade compartilhada
O artigo 227 da Constituição Federal diz que o dever é da família, sociedade e do Estado assegurar os direitos da criança e do adolescente, inclusive colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
"A responsabilidade deve ser compartilhada. Todos devem zelar pela integridade das crianças e dos adolescentes. A melhor forma de lidar com abusos e riscos que a Internet traz é prevenir, por meio do diálogo intersetorial aberto e transparente, entendendo os riscos, perigos e consequências das atitudes on-line", afirma Águeda Barreto, coordenadora de advocacia do ChildFund Brasil. "Acreditamos que o uso da Internet, assim como do celular, deve ser feito com responsabilidade", afirma Carolina Milan, mãe do Tomás, de 11 anos. "Temos regras claras e muito diálogo. A senha dos aparelhos do Tomás é compartilhada comigo e com o pai, e nós sempre verificamos o que ele está fazendo on-line", completa.
Existem aplicativos, até mesmo gratuitos, para que os pais configurem limitações de uso e possam acompanhar em quais aplicativos os filhos têm passado mais tempo. Jogos, redes sociais e streamings também apresentam opções de controle parental.
Além da prevenção, Águeda também pontua a importância de denunciar. "
As denúncias precisam ser feitas para que toda forma de violência contra crianças e adolescentes seja combatida e evitada."
Um dos canais para denunciar é o Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O serviço pode ser acionado 24 horas por dia, incluindo aos fins de semana e feriados. A ligação é gratuita.
Sobre o ChildFund Brasil
O ChildFund Brasil, fundado em 1966, com sede nacional em Belo Horizonte (MG) e presente em sete estados brasileiros (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo), é uma organização que atua na promoção e na defesa dos direitos da criança e do adolescente, para que tenham seus direitos respeitados e alcancem o seu potencial.
A organização faz parte de uma rede internacional - associada ao ChildFund International e ao ChildFund Alliance - presente em 70 países e que gera impacto positivo a 23milhões de crianças e suas famílias. No Brasil, beneficia a vida de mais de 110 mil pessoas, sendo cerca de 60 mil crianças e adolescentes, tendo sido eleita a melhor ONG para Crianças e Adolescentes do país por três anos (2018, 2019 e 2021) e com presença, também, entre as 100 melhores por cinco anos consecutivos pelo Prêmio Melhores ONGs.
Para realizar esse trabalho, conta com a contribuição de pessoas físicas, principalmente por meio do programa de apadrinhamento, e também de doações de empresas, instituto se fundações que apoiam os projetos desenvolvidos.