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30 MAI 2007

Brasileiro ainda resiste ao comércio eletrônico






Veículo: FNDC
Data: 30/05/2007
Assunto: Indicadores

Apesar do crescimento da internet no país, o brasileiro ainda não aderiu às compras eletrônicas. Mais de um terço da população já acessou a internet pelo menos uma vez. Os brasileiros também são recordistas no tempo de navegação. Ainda assim, apenas 14% dos internautas do país já usaram a rede para fazer compras. Os dados são da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil, realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br (NIC), do Comitê Gestor da Internet (CGI). Pelo levantamento, se for considerado apenas o último ano, o percentual de usuários que fez compras on-line cai para 11,32% dos internautas. Na Alemanha, por exemplo, aproximadamente 70% das pessoas que usam computador compram pela rede mundial de computadores. Para elaborar a pesquisa, o NIC e o CGI ouviram 10,5 mil pessoas com mais de 10 anos, entre julho e agosto do ano passado, nas cinco regiões do país. Os dados têm margem de erro de 1,5% em âmbito nacional e 5% nos resultados regionais. Se considerada essa margem, o número de pessoas que nunca comprou nada pela web no ano passado (85,55% dos pesquisados) se manteve o mesmo de 2005 (84,52% dos internautas). Isso ocorre ao mesmo tempo em que aumenta consideravelmente o tempo de navegação. Dados do Ibope/NetRatings divulgados semana passada mostram que os internautas brasileiros chegaram a ficar em média 21 horas e 44 minutos on-line, quase três horas a mais que os Estados Unidos, segundo colocado no ranking, com média de navegação de 18 horas e 49 minutos. Lá, no entanto, o comércio eletrônico registrou crescimento de 24% em relação a 2005, com o movimento de R$ 102 bilhões, excluindo o setor de turismo.

QUASE 20% TEMEM A FALTA DE SEGURANÇA

Os principais motivos que os brasileiros apontaram para não aderirem às compras on-line foram a falta de necessidade (43,45%), a preferência por ver o produto pessoalmente (39,19%), a preocupação com segurança (19,87%) e a falta de confiança no produto que irá receber. 'Nos Estados Unidos, por exemplo, é antiga a cultura de compra por catálogos. No Brasil, ainda não há esse hábito, avalia a gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), Mariana Balboni. 'Apesar de muitas pessoas responderem que não compram por falta de segurança, a maior parte afirma que não tem problema de segurança quando usa a internet. Aqui, o baixo número de pessoas no comércio eletrônico ainda se deve a uma questão cultural, acrescenta. A pesquisa contatou também que o uso do computador para compras é diretamente proporcional ao nível de escolaridade dos entrevistados. Entre os analfabetos ou que têm apenas a educação infantil, apenas 2,74% dos internautas compraram produtos ou contrataram serviços pela internet. A desigualdade na adesão ao comércio eletrônico se repete quando analisado o poder aquisitivo. Enquanto 1,17% das famílias com renda mensal até R$ 300 fizeram compras on-line no ano passado, 26,7% das casas com renda superior a R$ 1,8 mil já usaram o teclado para encomendar produtos. A comodidade é o que atrai para o comércio eletrônico a historiadora Sandra Silva Guimarães Braga, de 36 anos. Ela diz que há mais de dois anos começou a fazer compras pela web. Antes, comprava apenas livros e CDs. Depois ganhou confiança: 'Hoje, compro também brinquedos, roupas e até um carrinho de bebê para adaptar no carro. É muito mais cômodo, pois não precisa estacionar carro nem enfrentar vários outros problemas.