Brasil busca apoio ao uso de software livre para promover inclusão
Arquivo do Clipping 2005
Veículo: Folha Online
Data: 06/06/2005
Assunto: Governança na Internet
Durante a Conferência Regional Ministerial da América Latina e Caribe, que acontecerá entre os dias 8 e 10 de junho no Rio de Janeiro, o Brasil também vai defender a democratização da gestão da internet, hoje centralizada em um instituto americano responsável pela política de endereçamentos da rede, de distribuição de números IP e de nomes de domínio.
A conferência será uma reunião preparatório para a Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CSMI), a ser realizada em Túnis, capital da Tunísia, em novembro.
O encontro deverá elaborar dois documentos: uma declaração de princípios sobre como a região tratar a sociedade da informação e outra apontando as ações a serem desenvolvidas nos próximos três anos em busca do desenvolvimento digital.
Internet"Queremos que a governança [administração] da internet seja aberta livre e democrática e inclusiva", disse o diretor do departamento de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica do Itamaraty, embaixador Antonino Marques Porto e Santos.
"Está faltando hoje em dia no mundo é um fórum mais amplo de governança da internet onde os governos tenham uma voz determinante junto com os outros que têm interesse na internet", disse ao defender ainda a participação da sociedade civil, empresários e usuários na gestão da rede.
Ele citou como exemplo de experiência bem sucedida de gestão que poderia ser avaliada no debate de democratização da internet o próprio comitê gestor da internet no Brasil, que é composto por representantes de empresas, governo e usuários.
"Não queremos impor soluções brasileiras, mas mostrar que isso é uma prática que pode ser usada como instrumento de cooperação na região. A internet como está hoje tem custos que não se justificam", afirmou.
Segundo Santos, a inclusão digital deve ser uma política de governo. "Há diversas maneira de fazer isso, uma delas é através de um instrumento que é seguro, barato, confiável e sobretudo aberto para que as pessoas se eduquem ao utilizá-lo, e esse é o software livre", completou.
Software livreO diretor do Serpro, Sérgio Rosa, afirmou que o governo brasileiro não é contra a liberdade de escolha de software. Na sua opinião, o governo incentiva a adoção do software livre.
Ele destacou, no entanto, que a tendência do mercado é acabar com a venda de licenças para incrementar a venda de serviços.