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04 JUL 2018

Aumenta o uso da Internet por parte das microempresas


Diário do Comércio - 04/07/2018 - [gif]


Autor: Daniela Maciel
Assunto: TIC Empresas 2017

A paixão do brasileiro por tecnologia, em especial pelos dispositivos móveis, começa a ser apropriada também pelas pequenas empresas como forma de fazer negócios. De acordo com a pesquisa TIC Empresas 2017, lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o uso da internet por microempresas (1 a 9 pessoas ocupadas) atingiu o patamar de 88%. De 2007 até hoje, houve um crescimento de 19 pontos percentuais; por sua vez, a proporção de microempresas com computador avançou em dez anos para 89%, representando um aumento de 10 pontos percentuais. A pesquisa também revela que, no ano passado, 29% das microempresas possuíam website e 65% estavam presentes nas redes sociais.

Segundo o coordenador de Projetos e Pesquisas do Cetic.br, Fábio Senne, os dados revelam que as pequenas empresas têm necessidades de comunicação, mas não necessariamente pelos canais tradicionais. “Apesar das pequenas empresas estarem estáveis em relação ao número de websites, aumentou o número de empresas nas redes sociais. Chama a atenção que quase 70% tem perfis próprios e não mais perfis dos donos. Isso mostra uma necessidade de falar com os diversos públicos, mas que isso não precisa ser de uma maneira tradicional, como por e-mail, por exemplo”, explica Fábio Senne.

Quando perguntadas sobre a frequência com que a empresa posta ou atualiza o conteúdo da sua conta própria em rede social on-line, pequenas e grandes empresas não diferem muito. Enquanto 14% das pequenas fazem atualização diária, 16% das médias (entre 50 e 249 pessoas ocupadas) realizam a atualização todos os dias e 19% das grandes (acima de 250 pessoas ocupadas) utilizam a mesma periodicidade.

As diferenças regionais também chamam a atenção. Elas não têm a ver apenas com desenvolvimento econômico, mas também com conectividade. No quesito “Empresas que possuem website”, 38% das empresas da região Norte responderam afirmativamente enquanto 42% das empresas do Nordeste, 61% das empresas do Sudeste, 57% das empresas do Sul e 47% das empresas do Centro-Oeste deram a mesma resposta.

E-commerce - Já no que diz respeito ao comércio eletrônico, 66% das empresas declararam que realizam compras on-line, enquanto a venda é realizada por 22% das mesmas. O percentual de empresas que vendem on-line encontra-se num patamar de 10 pontos percentuais superior ao verificado em 2011, quando 12% vendiam pela internet. Entre as empresas que não venderam on-line, 50% disseram que preferem o modelo comercial atual, enquanto 49% disseram que os produtos da empresa não são adequados para formas de comércio eletrônico.

“De 2011 pra cá o número de empresas que trabalham com vendas on-line subiu substancialmente, mas, mesmo assim, ainda há um grande mercado para ser explorado no Brasil. Os números são muito baixos quando comparados com economias mais desenvolvidas. Parte da explicação aparece quando perguntamos o tipo de atividade é realizada na rede – elas são muito informativas. São poucas as atividades efetivas para a concretização da venda. Existe uma certa cultura que prega que eles não dão conta das suas potencialidades”, pontua o coordenador de Projetos e Pesquisas do Cetic.br.

Entre as atividades analisadas, o uso de mensagens instantâneas ganhou mais espaço, tendo crescido, entre 2015 e 2017, de 62% para 70%. O pagamento de impostos e taxas (72%) é a principal transação realizada por meio da Internet entre empresas e governo, sendo menos frequente a interação com o governo para participação em licitações e pregão eletrônico (21%) e para aquisição de bens ou serviços de organizações governamentais (6%).

“Nosso objetivo é fornecer informações úteis especial para os governos construírem políticas públicas. É preciso atuar em várias frentes como acesso e conectividade. É difícil fazer, por exemplo, comércio eletrônico se a qualidade da rede é muito ruim. Existe uma demanda muito grande por habilidades que permitam o diálogo entre empresas em tecnologia. É preciso uma política de capacitação e treinamento. Muito tem se falado das profissões e dos empregos que vão surgir a partir do desenvolvimento tecnológico, mas as pessoas precisam estar preparadas pra eles. É necessário entender as diferentes necessidades para oferecer os diferentes estímulos necessários”, completa o pesquisador.