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23 JUN 2017

Ataques cibernéticos, crimes de extorsão e proteção de dados pessoais são tema de seminário na Fiesp


Fiesp - 22/06/2017 - [gif]


Autor: Mayara Baggio
Assunto: Segurança na Internet

Deseg e Dejur discutem combate preventivo e repressivo aos crimes cibernéticos

Como parte das ações da indústria no acompanhamento das inovações em tecnologia da informação, os Departamentos de Segurança (Deseg) e Jurídico (Dejur) da Fiesp promoveram nesta quarta-feira (21 de junho) um seminário sobre o combate preventivo e repressivo aos crimes cibernéticos, em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo e com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo o diretor e coordenador do Grupo de Trabalho de Segurança Cibernética do Deseg, Rony Vainzof, que desde 2015 desenvolve debates sobre a temática, o encontro frisou a importância do envolvimento das instituições, da indústria, do comércio e do setor financeiro no combate aos ilícitos cibernéticos. Na ocasião, especialistas discutiram questões de engenharia social e fraudes, proteção e sequestro de dados pessoais, provas digitais, internet das coisas e inteligência artificial.

Investimento e treinamento

O diretor de Negócios e Operações da Febraban, Leandro Vilain, explicou que os bancos investem cerca de R$ 20 bilhões em tecnologia por ano. Deste total, R$ 2,5 bilhões são direcionados apenas para proteção de informações sobre os clientes.

Em 2017, no entanto, a quantia promete ser ainda maior, já que o setor financeiro une esforços para uma reformulação do sistema de pagamentos nacional que passará a processar 4 bilhões de pagamentos por ano, algo em torno de 4 mil pagamentos por segundo em um dia de pico. “Nossa plataforma representará mais movimentações que a MasterCard em todo o mundo”, detalhou Vilain.  O projeto deverá ser concluído até o próximo dia 7, de acordo com o diretor.

Para além dos investimentos na área de segurança técnica, a diretora do Deseg Alessandra Borelli explicou que falta treinamento de colaboradores nas empresas, o que é considerado um dos fatores de maior risco envolvendo informações corporativas. “O número de ataques virtuais registrados por empresas brasileiras saltou de 2.300 para quase 9.000 entre 2014 e 2015, o que significou um valor médio de perdas financeiras de mais de US$ 2 bilhões”, alertou Alessandra.

Intercâmbio de ideias

Para compartilhar ainda experiências internacionais, o evento recebeu Robert Holman, do departamento de segurança do Serviço Secreto dos Estados Unidos. Holman contou que muitos crimes financeiros eram reproduzidos em diferentes regiões do país. Por isso, um trabalho conjunto entre instituições facilitou a resolução de variados casos.

Da chefia da Interpol no Brasil, o delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza frisou que é preciso eliminar uma visão apaixonada de que o crime cibernético é um delito menor e de que não causa risco a ninguém. “Acredito que cabe aos provedores de serviços digitais, as empresas fabricantes dos dispositivos, a viabilização de acessos de usuários investigados às autoridades”, defendeu.

Também participaram do debate o diretor setorial da Comissão Executiva de Prevenção de Fraudes Adriano Volpini e a advogada Florence Terada, ambos da Febraban, o procurador e coordenador do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos do MP do Estado de São Paulo, Marco Ferreira Lima, o advogado Caio César Lima, da Opice Blum Associados, o perito forense digital Washington Almeida, o presidente do NIC.br Demi Getschko e o gerente de Segurança de Informação da CPqD José Reynaldo Formigoni Filho.