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14 OUT 2016

Web.br 2016: Internet das Coisas na Web é debatida por centenas de participantes




Aplicações IoTw, desafios de interoperabilidade, big data, segurança e privacidade marcaram evento

A Web é essencial para que a Internet das Coisas alcance seu potencial de maneira completa. A frase de Dave Raggett, à frente do grupo de trabalho de Web das Coisas do W3C, responsável pela primeira apresentação na 8ª edição da Conferência Web.br, serviu de inspiração para dezenas de discussões que aconteceram na quinta (13/10) e sexta-feira (14), em São Paulo. Promovida pelo escritório brasileiro do World Wide Web Consortium (W3C Brasil) e realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a Web.br 2016 reuniu mais de 400 pessoas em debates sobre as tendências e boas práticas de desenvolvimento Web.

Durante discurso de boas-vindas, Hartmut Glaser, secretário executivo do CGI.br, enalteceu a Web, uma das ferramentas de maior alcance e impacto social, e lembrou a importância de princípios do CGI.br para a governança e uso da Internet no Brasil, com destaque para a padronização e interoperabilidade; universalidade; liberdade, privacidade e direitos humanos. "Sem os princípios estabelecidos no decálogo, base para a lei do Marco Civil, a Internet não será de todos, será fragmentada, dividida e sujeita a decisões desproporcionais", enfatizou.

Ampliando a reflexão iniciada por Glaser, Dave Raggett ressaltou que o potencial da Internet das Coisas (IoT) de reunir um volume sem precedentes de informações pessoais dos usuários traz desafios para o big data, entre outras questões. Vagner Diniz, gerente do W3C Brasil, trouxe a mesma preocupação. "A 8ª edição da Web.br evidenciou como os dados são essenciais nesse ambiente da Internet das Coisas, tanto quanto a infraestrutura de conectividade dos dispositivos. Discute-se muito mais protocolos e infraestrutura do que os dados. Quando se fala do futuro da IoT, é necessário debater o que vai ser feito com esses dados, e a verdade é que a gente ainda não sabe".

Atividades do Grupo de Trabalho de Web das Coisas do W3C, como testes de interoperabilidade entre plataformas usando código aberto e trabalho em semântica, segurança e privacidade foram comentadas por Raggett, que considera essencial a colaboração entre as empresas e entidades. Ao ser questionado por Vagner Diniz, se o protocolo HTTP é suficientemente robusto para dar conta do volume de tráfego e informações a partir da IoT, ele comentou que, apesar de bem sucedido, não é a solução para tudo.

Aplicações IoTw

Com a programação dividida em cinco trilhas, além do palco principal, a Conferência Web.br explorou diferentes aspectos da IoTw. Objetos conectados à Internet foram levados ao palco, assim como aplicações de hardware e software bem sucedidas na área. Em sua palestra, André Garzia (Amora Labs) apresentou a Tessel 2, placa de prototipagem eletrônica que promete facilitar o desenvolvimento de soluções para o universo da Web das Coisas. Já Juliana Chahoud (Twitter) mostrou como profissionais de tecnologia estão conectando coisas usando dados do Twitter - desde situações simples, como uma planta que faz uma postagem quando precisa ser regada até casos em que barcos utilizam a rede social para avisar da proximidade com o porto.

Privacidade

A conveniência de ter equipamentos conectados à Internet tem uma moeda de troca. Bruno Bioni (NIC.br) promoveu reflexão sobre a perda da privacidade e compartilhamento de detalhes sobre nosso cotidiano com as corporações por trás dos equipamentos. “Mesmo que tivéssemos capacidade de ler todos os termos de uso de todos os dispositivos que estarão conectados, não temos poder de escolha para controlar nossos dados”, alertou.

Ele reforçou ainda a importância de que a privacidade seja considerada no design dos produtos e novas aplicações. Outra alternativa, na opinião de Bioni, é galgar incentivos ou isenções tributárias para empresas protegerem os dados dos usuários, como acontece, por exemplo, no setor do direito ambiental. "Não devemos só punir comportamentos reprováveis, mas premiar comportamentos desejáveis. É necessário pensar a privacidade não como elemento de custo, mas de vantagem, de competitividade".

Segurança

"São simples, fáceis e baratos de serem realizados". É assim que Miriam von Zuben (CERT.br), chama atenção para o crescimento dos ataques de negação de serviço no Brasil e no mundo, que passam, cada vez mais, a utilizar dispositivos IoT. Miriam explicou conceitos importantes, lembrando que DDoS é uma técnica pela qual um atacante utiliza, de forma coordenada e distribuída, um conjunto de equipamentos para tirar de operação um serviço, um computador ou uma rede conectada à Internet.

Ela destacou que um dos protocolos mais abusados, o SSDP, é utilizado por vários equipamentos IoT. As botnets, redes formadas por equipamentos infectados ou invadidos, por sua vez, são os principais vetores de ataques. "Objetos conectados como câmera de segurança e roteadores domésticos são cada vez mais utilizados para ataques DDoS. Os atacantes se aproveitam, principalmente, de senhas fracas ou padrão desses equipamentos para invadi-los", explica. Boas práticas para desenvolvedores e usuários, como ser criterioso ao escolher o fornecedor dos dispositivos IoT também foram comentadas por Miriam.

Ainda sobre o universo da Internet das Coisas, Luis Leão (Udacity) apresentou tendências e projetos de inteligência artificial que utilizam dispositivos conectados; Nathalia Sautchuk (NIC.br) explicou protocolos de rede para IoT; Bernadette Lóscio (UFPE), Carlos Laufer (PUC-Rio), Seiji Isotani (USP), Vitor Souza (UFES) e Wagner Meira (UFMG) abordaram a importância dos Dados Abertos Conectados para IoT, os desafios e oportunidades nessa temática; Fernando Cabrera Giglio (IBM) e Weber Canova (TOTVS) compartilharam suas experiências sobre transformação digital e segurança.

Keynotes speakers

A 8ª edição da Web.br contou com programação extensa, que incluiu a participação de especialistas de renome nacional e internacional, como Glaucimar Aguiar, arquiteta de software da Hewlett Packard Enterprise, que detalhou as principais vantagens da metodologia ágil Behaviour Driven Development (BDD) em um projeto de interface Web, e Riichiro Mizoguchi, do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia do Japão, responsável por explicar e analisar a importância da ontologia aplicada, aspecto essencial para conjunto de tecnologias de Web semântica.

Profissionais com ampla experiência e reconhecidos pela comunidade Web debateram ainda a importância de usar as Boas Práticas para Publicação de Dados na Web, o empoderamento das mulheres na Web, as atividades legislativas que tratam de Internet no Brasil, direitos autorais na Web, realidade virtual, compras online, design thinking, acessibilidade na Web, games, UX (User Experience), dados na Web, entre outros assuntos. O evento também contou com desconferências, em que os participantes puderam expor temas de seus interesses.

A Web.br foi encerrada, nesta sexta-feira (14), com as apresentações de Claudia Melo, professora adjunta da Universidade de Brasília (UnB), sobre os impactos da inovação de gênero e como as tecnologias têm ajudado a promover equidade de gênero, e Bert Bos, um dos inventores do CSS, que abordou os desafios para publicações de livros conectados e CSS.

As palestras principais estão disponíveis em vídeo no perfil do NIC.br no YouTube. Assista na íntegra: https://www.youtube.com/NICbrvideos/videos.

Sobre o Escritório Brasileiro do W3C

Por deliberação do CGI.br, o NIC.br agrega as atividades do escritório do W3C no Brasil - o primeiro na América do Sul. O W3C é um consórcio internacional que tem como missão conduzir a Web ao seu potencial máximo, criando padrões e diretrizes que garantam sua evolução permanente. Mais de 80 padrões foram já publicados, entre eles HTML, XML, XHTML e CSS. O W3C no Brasil reforça os objetivos globais de uma Web para todos, em qualquer dispositivo, baseada no conhecimento, com segurança e responsabilidade. Mais informações em: http://www.w3c.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), fomentar e impulsionar a evolução da Web no Brasil — Ceweb.br (http://www.ceweb.br/) e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br

O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.

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