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02 FEV 2016

NIC.br promove troca de conhecimento na Campus Party Brasil 9




Durante quatro dias, centenas de campuseiros acompanharam workshops e palestras da entidade

Com palestras e workshops sobre diversos temas relacionados à Internet, profissionais do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) reuniram, durante a Campus Party Brasil 9 (#CPBR9), centenas de participantes que além de acompanhar e interagir com as atividades propostas, também tiveram seus conhecimentos testados em um Desafio de Análise Forense e no quiz educativo. A participação do NIC.br no evento, realizado no Anhembi, em São Paulo, aconteceu de 27 a 30 de janeiro.

O funcionamento da Internet foi, em mais uma edição da Campus Party, o assunto introdutório. Para um público de dezenas de campuseiros, Ricardo Patara tratou do conceito de IP (Internet Protocol), noções de roteamento, esgotamento dos endereços IPv4 e transição para IPv6, assim como o projeto IX.br, presente em 25 localidades no País. "O Internet Exchange (IX), ou ponto de troca de tráfego, permite que os diversos sistemas autônomos se conectem de forma mais fácil e eficiente", destacou. Ele lembra que existem mais de três mil sistemas autônomos em operação no Brasil e 80% deles têm alocação de IPv6. A adoção do protocolo, que em 2015 passou de 0,1% para 10% de usuários no Brasil, também foi abordada por Patara.

A adoção do IPv6 também foi comentada sob a perspectiva prática. Com base no livro Laboratório de IPv6 e o auxílio de uma máquina virtual, Tiago Jun Nakamura e Eduardo Barasal Morales mostraram, por exemplo, como fazer a configuração do DNS (Domain Name System) no novo protocolo. Os analistas do Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) também explicaram como acontece a distribuição de endereços IPs e as características da versão 6, que possui espaço para endereçamento de 128 bits. “Seria possível, por exemplo, dar um IP para cada grão de areia do planeta”, exemplificou Eduardo, destacando que a capacidade de endereçamento do IPv6 é muito superior ao IPv4.

Segurança
Para falar de segurança, a equipe do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) traçou o cenário de incidentes relacionados ao ambiente Web – servidores, aplicações e redes. “Muitas empresas e instituições não priorizam a segurança e só entendem os riscos depois que os ataques acontecem”, alertou Miriam von Zuben.

Aos desenvolvedores, o analista de projetos de segurança, Dionathan Nakamura, apresentou recomendações importantes. “É necessário pensar em segurança desde o processo de especificação de requisitos”, ressaltou. Usar filtragem por lista branca e investir em proteção extra para dados sensíveis, como criptografia no armazenamento ou em trânsito, foram outras dicas expostas por Dionathan. "Não dá para roubar dados que você não disponibiliza. Proteja seus dados e descarte aqueles não tiverem mais utilidade", aconselhou.

Proteger a confidencialidade de um dado e aferir a autenticidade dessa informação são tópicos que voltaram à tona no workshop ministrado por Cristine Hoepers e Klaus Steding-Jessen. Ao ensinar o passo a passo para criar um par de chaves e cifrar e decifrar e-mails usando PGP, Cristine e Klaus explicaram a importância do fingerprint, que serve para identificar unicamente um par de chaves PGP, e os erros mais comuns, como esquecer a senha de acesso e de preservar uma cópia da sua chave privada.

Os campuseiros também tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho de um analista forense computacional durante a Oficina e Desafio de Análise Forense, comandada por Renato Otranto Jr. Neste ano, os participantes simularam o tratamento de um incidente de segurança.

Conexão e proteção de dados
Já sobre a qualidade da Internet, métricas como a vazão, latência, jitter e perda de pacotes devem ser levadas em consideração, lembrou Holger Wiehen durante palestra na Campus Party, que também mostrou estatísticas sobre a rede no Brasil. Com base nos testes realizados pelo SIMET, é possível observar a evolução da latência (em média) da rede 3G e 4G em São Paulo: caiu de 500ms, em 2012, para 100ms em 2016. Ainda durante a apresentação, Poliana Magalhães Reis destacou que “o SIMET é um teste 100% independente, pois utiliza a infraestrutura de pontos de Internet Exchange (IX) mantidos pelo NIC.br para realizar as medições, fora das redes das operadoras”.

Para concluir a participação do NIC.br na 9ª edição do evento, Yasodara Córdova, do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), trouxe reflexões importantes sobre o valor dos dados na Web. “Utilizar os dados publicados na Web tornou-se uma prática comum entre as empresas para otimizar os negócios”, ressaltou. De acordo com Yasodara, a Web do Futuro deve ter aplicações que dão aos usuários o controle sobre seus próprios dados, além de permanecer ubíqua e descentralizada. Os esforços e contribuições do Ceweb.br dentro dos grupos de trabalho do W3C também foram apresentados – entre eles, estão a participação em GT sobre boas práticas para dados na Web e pagamentos via Web.

Quiz NIC.br
Além das palestras e workshops realizados por profissionais do NIC.br, a entidade promoveu durante os quatro dias de participação no evento um quiz educativo em seu estande, onde os participantes responderam a questões diversas sobre o universo da Internet. Os vencedores de cada dia se confrontaram em uma etapa final, no último dia de Campus Party.