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12 FEV 2015

Efeitos do segundo extra em 2015 são debatidos pelo NIC.br na Campus Party




O acréscimo de um segundo no tempo mundial afetou sistemas computacionais em 2008 e 2012 e isso pode voltar a acontecer este ano. Para chamar atenção dos profissionais da área, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em parceria com o Observatório Nacional, que é responsável pela Hora Legal Brasileira, debateu os efeitos do leap second (o segundo extra) em palestra no Palco Netuno da 8ª edição da Campus Party Brasil (#CPBR8). 

Na apresentação “Uma breve história da medição do tempo e o segundo extra que teremos em 2015”, Daniel Quaresma, pesquisador do Observatório Nacional, detalhou a evolução da medição do tempo, que teve início com a adoção dos relógios de Sol, passando por pêndulos, relógios mecânicos, de quartzo até os atuais relógios de Césio. A adoção do tempo universal coordenado UTC aconteceu em 1970. Dois anos depois, foi adotado o leap second – que é a adição ou remoção de um segundo –, com o objetivo de reduzir diferenças da medição do tempo em relação às oscilações na rotação da Terra.

 “Efeitos gravitacionais, terremotos e erupções vulcânicas, por exemplo, geram variação na velocidade de rotação da Terra e com isso afetam as escalas de tempo”, explica Daniel. De 1972 até hoje, foram acrescidos 25 segundos no tempo mundial para reduzir essa diferença. No dia 30 de junho de 2015, haverá um segundo extra a partir das 20h59 no horário brasileiro (UTC-3). 

Os efeitos do leap second para os sistemas computacionais foram analisados por Alexandre Harano, analista de projetos do NIC.br. Ele observou que “os sistemas dependem cegamente das informações de tempo e para manter a coerência entre servidores, roteadores, notebooks e desktops, entre outros dispositivos, deve-se usar o NTP (Network Time Protocol)”. Um acordo entre o Observatório Nacional e o NIC.br garante a distribuição gratuita da hora certa no Brasil via Internet por meio do NTP.br: http://ntp.br/

Alexandre reforça que o leap second precisa ser previsto desde o início do desenvolvimento de um sistema, para evitar problemas no futuro. Nos anos de 2008 e 2012, o leap second gerou travamento ou lentidão em dispositivos computacionais. A recomendação aos profissionais da área é forçar a situação de leap second em ambiente de testes e fazer um plantão durante a inserção do segundo extra no dia 30 de junho.