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04 DEZ 2006

"O ICANN não opera a internet", diz CEO






Arquivo do Clipping 2006

Veículo: IDG Now!
Data: 04/12/2006
Assunto: ICANN São Paulo

São Paulo - Paul Twoney reforça papel de coordenação do ICANN na reunião da entidade.

Logo após a abertura da reunião mundial do ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) - o terceiro encontro do ano - realizado em São Paulo, Paul Twoney, Chief Executive Officer (CEO) da entidade iniciou o breve encontro com os jornalistas com um esclarecimento. "O ICANN não opera a internet."

Pela explicação de Twoney e a pesada agenda de trabalhos do ICANN, iniciada no sábado (30/11), a entidade que controla a alocação de endereços IP (Internet Protocol), admnistra o sistema de domínios e coordena o gerenciamento do sistema de servidores-raiz da internet não pode e não deseja ampliar o escopo de sua atuação.

A declaração do principal executivo do ICANN revela não apenas a necessidade de clareza no papel de entidade que, em setembro, conseguiu flexibilizar sua ligação com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos por meio de um memorando de intenções, mas expõe a necessidade de criação de fóruns que atendam outras questões de governança na rede. É o que avalia Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia do Ministério do Planejamento e um dos membros do GAC (Governance Advisory Council).

O GAC, que conta com quatro membros do Brasil, é um dos órgãos informais que podem ganhar mais força trabalhando como um "espaço aberto para sugestões ligadas aos governos e como um interlocutor para o ICANN", defende Santanna.

"Veja o problema com o Google [relacionado a comunidades criminosas no Orkut] no Brasil. os caminhos tradicionais para solucionar a questão são muito lentos. É necessário criar fóruns para resolver estes tipos de controvérsias", explicou o secretário.

IPv6 e domínios genéricos

Suportar os avanços do protocolo IPv6, substituto do IPv4 na transmissão de pacotes de dados na grande rede, está entre as tarefas do ICANN para esta semana, conforme adiantou Vint Cerf, presidente da diretoria do ICANN ao IDG Now!.

"O IPv6 é muito parecido com o IPv4, funcionalmente, com poucas características adicionais (...)", comentou Cerf, um dos pais da internet, criador do protocolo TCP/IP e incentivador do IPv6.

Segundo ele, boa parte do trabalho de migração - como identificar servidores de nomes de domínio (DNS) - já foi feita. "O gargalo ocorrerá de um a dois anos quando o IPv6 for implementado como serviço pelos provedores", explicou Cerf.

Entretanto, o potencial do IPv6 é centenas de vezes maior do que o atual protocolo. "O IPv4 suporta 4,3 bilhões de endereços. Já o IPv6 suporta 340 trilhões de endereços", informou.

Outro foco de trabalho da semana está relacionado ao limite do uso de nomes de domínio genéricos (gTLDs) na rede como .org, .biz e .info.

"Existem regras que devem ser obedecidas para se aprovar um domínio como .brasil ou .xxx, que não foram aprovados, por exemplo. Um domínio para conteúdo adulto como o .xxx, que não foi aprovado, tem um valor ecopnômico imenso", ilustrou Augusto Vireira Gadelha, coordenador do Comitê Gestor da Internet Brasileira (CGI.br) e representante do Ministério da Ciência e Tecnologia.