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19 JUN 2017

O combate ao spam nas mãos dos usuários


Folha de Londrina - 15/06/2017 - [gif]


Autor: Mie Francine Chiba
Assunto: Segurança na Internet

Medidas simples e que já são proporcionadas por ferramentas de e-mail podem ajudar a minimizar o problema persistente das mensagens indesejadas

Pode não parecer, mas cerca de 90% dos e-mails que chegam aos provedores de e-mail é spam e deixa de ser enviado aos usuários finais. Apenas os 10% restantes vão para a caixa de entrada dos usuários, sendo que metade é enviada sob suspeição e acaba caindo na pasta de "lixo eletrônico". Essa é a afirmação da Abrahosting (Associação Brasileira das Empresas de Infraestrutura e Hospedagem na Internet). No final, sobram apenas 5% de mensagens genuínas e, ainda assim, parece que o problema do spam (mensagens não solicitadas) não tem fim, nem para os usuários, nem para os provedores. "Nós, que somos provedores, nunca sentimos os números de spam cair", diz Vicente Neto, presidente da entidade.

Intensificar demais o filtro do spam pode fazer com que e-mails esperados pelo usuário acabem não sendo entregues, por isso, é importante também a ajuda do usuário para determinar o que é ou não de uma mensagem não solicitada, acrescenta o presidente. A Associação deu início na semana passada a uma campanha educativa para aumentar o engajamento dos usuários finais no combate ao spam. Os serviços de e-mail já contam com recursos que permitem ao usuário sinalizar e-mails como spam e bloqueá-los. A atitude pode beneficiar a todos os usuários ao ajudar os provedores a identificar e bloquear remetentes de mensagens indesejadas.

Em sua campanha, a Abrahosting sugere que seus associados orientem os usuários a fazerem uso das ferramentas de bloqueio e denúncia (veja dicas no infográfico). "O usuário pode ajudar com isso, existem sistemas para bloquear. Se o usuário só apagar o e-mail ele não consegue ajudar. O sistema funciona com a ajuda do usuário." Vicente Neto explica que, quando um usuário marca um e-mail como sendo de spam e mais pessoas fazem o mesmo, os provedores podem impedir a entrada de mensagens com a mesma origem.

Em abril, a entidade fez um alerta para uma "nova explosão do spam", que teria triplicado no período de dois anos no Brasil. Só a Locaweb, um dos associados, estaria bloqueando cerca de 320 milhões de mensagens ao dia. Para Vicente Neto, o agravante do problema são as empresas de "marketing de performance", que enviam e-mails de marketing em massa. "Esses são os maiores spammers. De acordo com ele, além de transtornos aos usuários de e-mail, o spam traz custos às empresas de hospedagem, que invariavelmente têm uma equipe dedicada só a monitorar esse problema e pagam caro por licenças de softwares para bloquear os e-mails não solicitados. "É um prejuízo muito grande."

Identificação
A analista de segurança do CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil), Miriam von Zuben, alerta que, antes de tudo, é necessário que os usuários saibam como identificar um spam para então tomarem a atitude correta (veja no infográfico). Em seguida, ela também orienta o usuário a "filtrar as mensagens indesejadas" por meio de filtros antispam presentes em programas instalados no computador ou em webmails ou leitores de e-mails, por exemplo. A atitude também ajuda a "treinar" os filtros para que as mensagens não sejam recebidas novamente.

Confirmação
Outra dica da analista é impedir que os spammers confirmem que a mensagem foi lida e, assim, enviem mais e-mails ao destinatário. Algumas das formas de fazer isso é não responder a mensagens de spam, não clicar em links que vêm nesses e-mails e desabilitar a abertura de imagens em e-mails HTML.

Acesso
Importante também é dificultar o acesso ao seu endereço de e-mail. "Existem situações onde não há motivo para que o e-mail seja fornecido. Ao preencher um cadastro, por exemplo, o usuário deve pensar se é realmente necessário fornecer o e-mail e se deseja receber mensagens deste local", observa Miriam. Caso seja necessário fornecer o endereço de e-mail a lojas ou listas de discussão, em que as chances de receber spam são grandes, a analista recomenda até criar uma conta de e-mail só com essa finalidade.

Ao preencher cadastros na internet, o usuário também deve ficar atento a caixas de seleção para o aceite de recebimento de e-mails de promoções ou lançamentos, por exemplo. Muitas vezes, a opção "sim" já vem pré-selecionada. Nas redes sociais, Miriam orienta utilizar as opções de privacidade para restringir o acesso ao endereço de e-mail. Também deve-se respeitar o endereço de e-mail de outras pessoas ao deixar invisível a lista de destinatários quando a mensagem for enviada para mais de uma pessoa, acrescenta a analista.