NIC.br

Ir para o conteúdo
21 FEV 2008

IPv6 tem recursos de mobilidade e segurança






IT Web - 21/02/2008 - [ gif ]
Assunto: Eleições CGI

Nova versão substitui o IPv4 a partir de 2010, mas ambos protocolos irão conviver na rede por muito tempo.

A internet ficou pequena. Estima-se que em 2012, a web terá mais de quatro bilhões de usuários fixos e móveis. Para dar conta de tantos endereços eletrônicos, vem aí o IPv6 – ou protocolo internet versão 6 –, que deverá substituir progressivamente o protocolo atual, o IPv4, a partir de 2010. 

A idéia é estender o atual espaço de endereçamento, que se tornou insuficiente para acomodar a taxa de crescimento da rede. Os novos endereços têm 128 bits de comprimento, contra os 32 bits do IPv4, e possibilitam um aumento significativo no número de hosts. Na verdade, o IPv4, com prazo de esgotamento previsto para os próximos dois anos, permite que até 4.294.967.296 de endereços IP estejam em uso.

No IPv6, esse número pode chegar a 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 e ganhará recursos extras, como o suporte a tecnologias de rede, como ATM e Gigabit Ethernet. “Outro fator presente hoje e inexistente em 1970, quando o IPv4 foi desenvolvido, é a mobilidade, que permitirá aos usuários e sistemas se comunicarem em diversas redes, sem a perda da conexão”, explica Robson Oliveira, diretor de tecnologia da IPv6 do Brasil, especializada em internet.

Segundo o especialista, no IPv6 a segurança também é um item obrigatório: vai permitir que as empresas possam dialogar de forma segura, sem ter de investir em novas tecnologias ou serviços adicionais.

Na dianteira

Atualmente, diversos países montam forças-tarefas para promover o uso da novidade. O Japão, por exemplo, adotou desde 2001 uma política agressiva de incentivos fiscais para empresas que pesquisam esse campo. Nos Estados Unidos, o governo americano investiu cerca de US$ 30 bilhões na migração de sua infra-estrutura para promover a adoção da tecnologia na indústria bélica, de TI, de bens e serviços. “A China também está com a infra-estrutura de internet baseada em IPv6, aguardando as Olimpíadas, para realizar a maior transmissão digital por meio do novo protocolo”, conta.

Já a América Latina iniciou os trabalhos no setor em 2004, com a Global IPv6 Summit Event, uma conferência mundial que discute o tema na região. No Brasil, Oliveira acredita que até 2012 todas as empresas deverão ter o protocolo instalado e em funcionamento.

Mas nem tudo é perfeito no IPv6. No novo protocolo, a autoconfiguração continuará dependendo de um servidor, como no IPv4. Para Frederico Neves, diretor de tecnologia do Registro.br, um dos braços do CGI.br-Comitê Gestor da Internet no Brasil e responsável pela manutenção dos endereços IP no País, a palavra transição não é a mais adequada para o assunto. “O nome correto é adoção. Os dois protocolos irão conviver na rede por muito tempo, pois o IPv4 continuará a funcionar. Os sistemas operacionais e equipamentos de rede deverão suportar os dois protocolos”, finaliza.