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15 JUN 2007

Inovação e mobilidade dão o tom do CIAB 2007






Veículo: Convergência Digital
Data: 15/06/2007
Autora: Ana Paula Lobo
Assunto: Domínios

Incentivo à inovação tecnológica para que o Brasil continue na ponta do desenvolvimento da automação bancária mundial e a busca de um consenso entre bancos e operadoras em torno de um modelo de negócio, capaz de fomentar o do uso da mobilidade como um meio de massificação das transações bancárias foram os temas eleitos como os de maior destaque no CIAB 2007, que reuniu mais de 17 mil pessoas, na capital paulista.

O painel de encerramento - um debate sobre os assuntos que mais se destacaram no evento, realizado nesta sexta-feira, 15/06, na capital paulista, reuniu executivos como Carlos Eduardo Fonseca, o 'Karman', diretor de Tecnologia da Febraban e CIO latino-americano do ABN Amro Real, Renato Cuoco, ex-CIO e atual membro do Board da Itaúsa, Delfino Natal de Souza, gerente Nacional de Tecnologia da Caixa Econômica Federal, Joaquim Kawakama, superintendente da CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos - e Luis Marques, consultor reponsável pela grade de palestras do evento. além de jornalistas especializados.

No painel, muito se discutiu sobre o papel dos bancos no processo de inclusão digital e, por conseqüência, financeira, de uma parcela da população que ainda não possui contas-correntes, mas que, hoje, tem um telefone celular. Exatamente por isso, a mobilidade - tema central do CIAB 2007 - ultrapassou a fronteira de ser tão somente uma alternativa, para ganhar ações mais práticas e, até concorrenciais entre as instituições financeiras.

Entretanto ainda é preciso ressaltar que há por parte dos gestores de TI dos bancos, uma boa dose de cautela na adoção do meio. Isso porque, segundo eles, é necessário uma discussão maior sobre processos, padronização e, mais do que isso, encontrar um modelo de negócios que justifique os investimentos.

A famosa frase "não existe almoço grátis" foi várias vezes citada para justificar que qualquer ação em prol do consumidor de mais baixa renda através do uso do celular terá que ser discutida entre os 'atores' do processo, leia-se operadoras de telecomunicações e instituições financeiras, para que se encontre um custo final, capaz de tornar a aplicação real para o correntista.

"Há uma grande disposição de sentar à mesa e negociar. Essa é uma conclusão evidente deste CIAB. Constatou-se que tecnologia existe, que há condições de fomentar o modelo, mas é preciso achar formas de justificar os negócios, sem isso não há como fazer com que eles decolem", sinalizou Karman, da Febraban.

Segurança e Inovação

Como não poderia deixar de ser, temas ligados à segurança e às aplicações bancárias na Internet também tiveram seu espaço no painel final do CIAB 2007. Segurança é um item crucial nos bancos e sempre o será. O uso da Internet, que só fez ampliar as alternativas de efetivação de transações bancárias, requer uma dedicação especial dos gestores de TI dos bancos.

Uma ação aplaudida pelos presentes ao painel foi a decisão da Febraban de endossar o domínio b.br para as instituições financeiras. Esse domínio, que será concedido pelo NIC.br, permitirá uma maior dose de segurança e vai ajudar a minimizar possíveis fraudes com relação à veracidade ou não do site, utilizado pelo correntista. O mais importante desta iniciativa é que o cliente não terá qualquer custo. Ele será coberto pelas próprias instituições financeiras.

Um dos destaques foi o sucesso do Espaço Inovação, que acontece pela terceira edição consecutiva no CIAB 2007 e que deu espaço para que 24 pequenas e médias empresas apresentassem suas soluções e iniciativas para o mercado financeiro. Para Luis Marques, um dos responsáveis pela seleção das empresas na organização do CIAB, o Espaço Inovação, este ano, ganhou mais 'corpo', mas apesar de todos os esforços, o número de empresas interessadas foi considerado pequeno, diante das possibilidades ofertadas pela iniciativa.

"Acredito até que em função do próprio temor de lidar com o mercado financeiro. Mas, é através desse espaço, que este ano foi um dos mais visitados do evento, é a possibilidade dessas empresas acharem parceiros de negócios. Porque é preciso admitir que elas terão grande dificuldades para vender diretamente para os bancos", decretou Marques.

O sucesso da iniciativa - que foi votada para continuar e ganhar ainda mais espaço na edição do CIAB 2008 - também teve o seu revés. Marques lembrou que a maior incubadora de São Paulo - CIETEC - Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, ligada à Universidade de São Paulo USP - não aceitou o convite para participar da seleção, que contou com a participação direta do ITS - Instituto de Tecnologia de Software.

A alegação para a recusa foi a que não havia nenhum desenvolvimento ligado à área financeira em andamento na incubadora. "Essa postura nos permite avaliar que é necessário uma aproximação ainda maior do segmento financeiro com a Academia", concluiu Marques.

Presente e futuro

A convergência digital também foi um tema bastante votado para estar entre os painéis executivos do CIAB 2008. O mundo mudou. Há um novo ciclo de negócios sendo criado, como o próprio Second Life, na Internet, que cada vez mais atrai empresas e cria um mundo à parte, e o setor financeiro, observaram os executivos, não pode ficar desatento ao rumo desses processos, mesmo com as devidas precauções necessárias.

Só que olhar o futuro, não significa extinguir modelos atuais. Ficou evidente ao longo dos três dias do CIAB 2007 que o avanço da tecnologia não colocará fim à demanda do correntista pela agência física. O cliente quer usufruir do mais moderno nas aplicações tecnológicas, mas também quer manter o contato face-a-face com o seu gerente. Portanto, mesmo nos 'bancos do futuro', as agências físicas terão o seu espaço e a sua importância para o mundo financeiro.