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16 NOV 2006

Fatores socioeconômicos são os principais determinantes do acesso às tecnologias da informação no Brasil






Arquivo do Clipping 2006

Veículo: TIC Brasil
Data: 16/11/2006
Assunto: Indicadores

O Núcleo de Informação e Coordenação de Ponto BR - NIC.br, entidade civil sem fins lucrativos criada para implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), divulgou os resultados da 2ª Pesquisa Sobre Uso da Tecnologia da Informação e da Comunicação no Brasil - a TIC Domicílios 2006. Para compor a análise foram feitas 10.510 entrevistas na zona urbana das cinco regiões do País.

O estudo, realizado entre os meses de julho e agosto deste ano em todo o Brasil, apresenta os números referentes ao acesso às tecnologias de comunicação e informação em domicílios, o acesso individual a computadores e à Internet, atividades desenvolvidas na rede e acesso sem fio. Os resultados mostram que fatores socioeconômicos continuam como os principais determinantes do acesso às tecnologias da informação no Brasil, já que o acesso a computadores e aos serviços de Internet continua se concentrando nas grandes regiões metropolitanas, em famílias mais ricas e com nível de escolaridade mais alto. "Nossas desigualdades sociais se reproduzem na pesquisa, mas já podemos notar alguns avanços com relação aos resultados do ano passado", afirma Rogério Santanna, conselheiro do CGI. Ele ressalta que a TIC Domicílios 2006 aponta o aumento na posse de computador em famílias de classe B e C, uma melhora na qualidade do acesso doméstico, assim como o aumento no uso de centros de acesso público pagos, como LAN houses. "Mas ainda precisamos desenvolver políticas públicas diferenciadas para estimular o uso da Internet nas classes D e E", completa.

De acordo com Rogério Santanna, o objetivo da TIC Domicílios é mapear o desempenho da Internet no Brasil, monitorando as tendências de posse e uso de Tecnologias da Informação no País. "Com o resultado, esperamos fornecer informações estratégicas para impulsionar o desenvolvimento da rede, garantindo o acesso da população a esta importante infra-estrutura e aos serviços e benefícios oferecidos através dela", explica.

Computador e Internet nos domicílios

Abrangendo também a posse de aparelhos mais convencionais como TV, telefone fixo e celular, a pesquisa mostrou que 97% dos domicílios têm aparelhos de televisão e 49,7% contam com telefone fixo. O telefone celular foi o que mais apresentou crescimento nesta categoria: passou de 61% do total de entrevistados que possuíam o aparelho em 2005 para 68% em 2006. Houve um aumento na presença de computadores nos domicílios, passando de 16,6% em 2005 para 19,6% em 2006. As regiões Sul e Sudeste ficam acima da média nacional, com 25% dos domicílios com acesso ao equipamento. Já as regiões Norte e Nordeste ficam bem abaixo, com 10% e 8,5%, respectivamente.

A internet está presente em 14,5% dos domicílios pesquisados em 2006, número que apresenta uma tendência de crescimento tímida em relação a 2005, quando se registrou 13%. Novamente a classe social influencia: quanto maior a renda, a classe e a escolaridade, mais alta é a proporção de pessoas que possuem acesso doméstico. A TIC Domicílios 2006 mostra que o tipo predominante de conexão nos domicílios é o modem dial-up, com 49,06%, enquanto a banda larga está presente 28,64% das residências pesquisadas.

Uso individual do computador e Internet

Com relação ao uso individual, 45,6% dos entrevistados afirmaram já ter usado um computador e 33% já acessaram a Internet pelo menos uma vez na vida. Assim, destaca-se que 54,4% da população brasileira nunca usou um computador e 67% nunca navegou na Internet.

Entre aqueles que utilizaram a Internet nos últimos três meses (27,8%), o local predominante de acesso à rede é a própria casa, com 40%, seguido pelo centro público de acesso pago, como as LAN houses (30%), e o trabalho, 24,4%. Também nota-se que o incremento do acesso em centros públicos pagos se deu principalmente nas classes C (que passou de 19,55% em 2005 para 35,54% em 2006) e DE (que passou de 30,02% em 2005 para 48,08% em 2006).

Já para o acesso sem fio, foi constatado que 60,61% dos entrevistados utilizaram o telefone celular nos últimos três meses e 46,3% da população afirma possuir um aparelho próprio. Desse total, 88,6% são telefones pré-pagos, e 60,5% usam o telefone para enviar e receber mensagens de texto (SMS).