Dois terços dos brasileiros estão fora da internet
Arquivo do Clipping 2006
Veículo: Meio & Mensagem
Data: 13/11/2006
Assunto: Indicadores
"É preciso uma reforma agrária na internet nacional. Há regiões condenadas à desconexão eterna, mesmo nos centros urbanos", diz Rogério Santanna, conselheiro do CGI. O lado positivo é a constatação de que a presença crescente de centros públicos de acesso e as políticas do governo federal para facilitar a compra do computador já mostram resultado, ainda que tímido. Em 2005, 13% dos domicílios brasileiros possuíam conexão à rede. Neste ano, verificou-se a presença de conexão em 14,5%, ou 7,7 milhões de domicílios.
Os centros pagos de acesso público, como as lan houses, já são a segunda principal porta de acesso à internet no País. Enquanto 40% das pessoas declararam realizar o acesso de casa, 30% disseram navegar a partir desse tipo de local. E houve um crescimento importante do acesso em local público, mesmo que pago, entre as classes menos favorecidas.
Outra constatação importante da pesquisa é a de que a posse do computador não cria o hábito de navegação. "Na classe A, existe gente com acesso em casa que não se interessa pela internet", afirma Santanna. "O hábito precede a compra de um computador. Ou seja: essas pessoas que estão acessando a partir de locais públicos almejam comprar um computador." O conselheiro disse que o ' Brasil já conta com 16 mil pontos de acesso gratuito, mantidos por governos ou organizações não-governamentais.
Do lado do Brasil rico, que navega, as notícias da pesquisa são ótimas. O acesso está mais qualificado, já que cerca de 40% dos domicílios possuem algum tipo de acesso rápido, enquanto 49% ainda navegam em linha discada. A posse do computador no domicílio atinge 86% da classe 0 A e 63% da classe B. Na C, apenas 18,8% possuem máquina em casa. O drama é mesmo nas classes D e E, em que apenas 2,8% dos lares possuem computadores.
