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12 JUL 2007

Comitê Gestor vai propor limites para mensagens não solicitadas






Veículo: Valor Online
Autor: José Sergio Osse
Data: 12/07/2007
Assunto: Legislação

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) planeja encaminhar ao governo uma proposta de projeto de lei sobre mensagens eletrônicas não solicitadas ("spam"), que atingiram a marca de 370 milhões entre junho de 2006 e abril deste ano. A idéia do grupo, que gerencia a internet no país, é estabelecer limites e formas de se combater os spams. Para elaborar a proposta, o comitê realizou um estudo conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre as melhores formas de regulamentar os spams.

Segundo o comitê, apesar de aparentemente não causarem grandes prejuízos a indivíduos além da inconveniência, os spams têm impacto significativo quando observados em conjunto. Segundo o comitê, o grande fluxo dessas mensagens representa um dano real às redes de informações, empresas e provedores - o que, no fim, acaba afetando também o usuário individual.

O estudo realizado com a FGV apresenta uma análise sobre o combate ao spam levando em consideração o conceito de dados pessoais na lei brasileira e os modelos utilizados contra essa prática em outros países.

"Esse estudo visa a proposição de uma legislação que, em vez de criminalizar condutas, proporcione um desestímulo ao envio de spam como ferramenta de publicidade", diz o coordenador da equipe anti-spam do comitê, Henrique Faulhaber.

A proposta de lei baseia-se no sistema de adoção "opt-in" para identificar mensagens eletrônicas no país. Assim, publicidade e mensagens eletrônicas de empresas só poderiam ser enviadas após o consentimento do destinatário. Atualmente, os "spammers" beneficiam-se da regra internacional que apenas determina que haja uma opção no corpo da mensagem para que o destinatário possa retirar seu endereço eletrônico da lista de e-mails do spam. Isso, porém, só ocorre após o recebimento da mensagem não-solicitada.

"Nossa recomendação é que o spam não seja legitimado como um meio de divulgação de massa na internet, seja seu escopo comercial ou não", diz Faulhaber.

O país que mais emitiu spams para o Brasil foi Taiwan, com 76% do total. Em segundo lugar aparece a China, como fonte de 16%, seguido pelos EUA, origem de 4% dos spams.