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22 JUN 2007

Brasil adota novas extensões para atender usuário comum






Veículo: Valor econômico
Data: 22/06/2007
Autor: João Luiz Rosa
Assunto: Domínios

Se até recentemente eram as empresas que movimentavam o negócio dos nomes de domínio na internet, agora um novo tipo de participante começa a ser atraído pelo serviço: o usuário comum. A onda está sendo provocada pelo interesse das pessoas em criar seus próprios sites para armazenar fotografias e vídeos ou manter blogs, os populares diários virtuais.

No Brasil, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br) - entidade sem fins lucrativos que gerencia os endereços .br - acaba de criar quatro novas extensões, de olho nesse público: blog.br, "flog.br" (para fotografias), vlog.br (vídeos) e wiki.br, (de wikis, os sites colaborativos em que vários internautas podem dar sua contribuição, a exemplo da enciclopédia Wikipedia).

Existem vários provedores gratuitos desses tipos de serviço, que se encarregam de armazenar os dados em seus computadores e exibir o conteúdo dos usuários na web - aquilo que se convencionou chamar de hospedagem. Em tese, a ação dessas empresas elimina a necessidade do internauta de obter seu próprio domínio. Em vez disso, ele pode ter seu blog em um endereço como www.nomedoblog.nomedoprovedor.br ou algo parecido.

O modelo, porém, tem restrições, diz Demi Getschko, diretor-presidente do Nic.br. "Se um articulista tem seu blog ligado ao endereço do jornal em que trabalha, ao mudar de jornal ele também é obrigado a mudar o endereço do site", exemplifica. Com um domínio próprio, nada muda, mesmo que seu proprietário troque de provedor de serviço.

No Brasil, os endereços .com.br são de uso exclusivo de companhias, que necessariamente tem de ter uma filial ou presença jurídica no país. "Temos de ser mais restritos que um domínio genérico", afirma Getschko. "Em caso de disputa, a questão é resolvida no Brasil. No domínio genérico, você pode ter um sueco disputando um endereço com um australiano nos Estados Unidos."

Os domínios .br têm crescido a uma média anual de 20% nos últimos anos, segundo o Nic.br, que funciona como uma espécie de órgão executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) . A base atual é de 1,150 milhão de endereços. Sob a raiz .br existem cerca de 40 tipos diferentes de domínio, mas a maioria dos nomes registrados - 62% da base - é de endereços .com.br.

Para facilitar o acesso, a entidade tem reduzido o custo para os usuários. A taxa, que já foi de R$ 50 por ano para o registro e mais R$ 50 de manutenção, hoje é única e está fixada em R$ 30. Em breve, o Nic.br vai começar a oferecer domínios .nom (destinado a pessoas físicas) a esse preço, mas com validade por três anos.

O Brasil é o 9º país no ranking de registros de nomes específicos, de acordo com um relatório da VeriSign publicado no início do mês. Na América Latina, só a Argentina está à frente, na 7º posição, mas o país vizinho é tratado como um caso particular, diz Érica Saito, gerente de serviços da informação da VeriSign na região. "A Argentina é um dos poucos países que não cobra o registro local. Isso levou a uma onda gigante de pessoas que reservaram os nomes, mas não os utilizam. O uso efetivo (dos domínios) é muito baixo."

De acordo com o levantamento da VeriSign, a base total de domínios cresceu 31% no primeiro trimestre, para 128 milhões de registros, em relação ao mesmo período do ano passado. Já os domínios com código de país apresentaram aumento de 33%, para 45,7 milhões de nomes registrados.

No ranking geral, o domínio .com ocupa o primeiro lugar em registros no mundo, seguido pelo .de (da Alemanha, que também está no topo da lista dos rankings específicos) e pelo .net. Os domínios .org passaram para o quarto lugar, superando o .uk (do Reino Unido).

A França (.fr) registrou um crescimento de dois dígitos no trimestre. O movimento foi impulsionado pelos registros de pessoas físicas, o que não era permitido até junho de 2006.

Mais da metade dos novos registros no trimestre foram de pessoas físicas. A Rússia (.ru) e a Coréia do Sul (.kr) também tiveram um aumento significativo, assim como a Holanda (.nl), que está implantando um processo de registro de domínios totalmente eletrônico.