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07 MAI 2008

45% dos internautas brasileiros usam a Internet para pesquisar preços, aponta NIC.br






WNews - 07/05/2008 - [ gif ]
Autor: Tatiana Schnoor
Assunto: Indicadores

A Internet se consolidou como o mecanismo de comparação de preços e busca por produtos e serviços mais usado pelos consumidores brasileiros. Do total de pessoas que já usaram a Web no País, 45% declararam ter feito pesquisas de preços de produtos e serviços pela rede. Os equipamentos eletrônicos, como câmeras, telefones celulares e aparelhos DVD foram os itens mais adquiridos pelos usuários que finalizaram a busca com compra. Os dados são da terceira edição da pesquisa TIC Domicílios 2007 - Comércio Eletrônico e Habilidades com o Computador e a Internet -, do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR - NIC.br.

Segundo a pesquisa, 45% das pessoas que já utilizaram a Internet declararam ter realizado pesquisas de preço de produtos ou serviços pela rede, e apenas 16% informou ter completado uma compra via Web.

A proporção de usuários de comércio eletrônico, ou seja, pessoas que realizaram compras nos últimos 12 meses, permaneceu estável entre 2006 e 2007, passando de 11% para os atuais 13%. Porém, neste período, ocorreu um expressivo aumento no percentual de usuários de comércio eletrônico nas faixas de renda e nas classes sociais mais elevadas.

Considerando aqueles que possuem renda familiar acima de cinco salários mínimos, o crescimento no uso da rede para a aquisição de produtos e serviços foi de 13 pontos percentuais de 2006 a 2007, passando de 19% para 32%. Com relação à classe social, na classe A, a proporção de pessoas que realizou compras pela rede nos últimos 12 meses passou de 36% em 2006 para 52% em 2007.

Entretanto, a pesquisa indica que a proporção de pessoas da classe C que informou realizar compras pela rede se manteve estável, passando de 8% para 9%. Essa classe concentra o maior número de pessoas que já usaram a Internet. Em 2007, 52% das pessoas que declararam já ter navegado pela rede era da classe C, enquanto somente 3% era da classe A. Esse fato sugere que o aumento da disponibilidade do microcrédito e da renda que vem se observando no Brasil nos últimos anos ainda não despertou o interesse das empresas de comércio online para este grupo de consumidores.

Os produtos mais populares entre os internautas em 2007 foram os equipamentos eletrônicos, como câmeras, telefones celulares e aparelhos de DVD, que correspondem a 41% dos bens adquiridos. Em segundo lugar ficaram os eletrodomésticos e produtos para a casa (27%), que em 2006 ocupavam a quinta posição na lista de produtos mais consumidos na rede.

Somente 10% do total de internautas que adquiriu produtos e serviços via Web declarou ter enfrentado algum tipo de problema no processo de compra pela rede, como tempo de entrega maior que o indicado ou entrega de produto avariado.

A principal barreira indicada pelos entrevistados para a compra online foi a preferência por comprar pessoalmente, motivo alegado por 57% daqueles que já usaram a Internet, mas ainda não efetuaram uma compra online, o que indica que os maiores impedimentos para a ampliação do comércio eletrônico no país são a cultura e o hábito do brasileiro.

A proporção de indivíduos que já divulgou ou vendeu algum bem ou serviço pela Internet em 2007 é ainda menor que a proporção daqueles que compraram pela rede: 4% dos internautas declarou ter efetuado alguma transação de venda. Além disso, esta proporção se mantém constante em relação a 2006. Mais uma vez, quando observamos as classes mais altas da população, o padrão de comportamento muda com relação à média geral. Se considerarmos a classe A, a proporção de pessoas que divulgou ou vendeu algum bem pela Internet dobrou, passando de 7% em 2006 para 14% em 2007.

Habilidades com o Computador e a Internet
A pesquisa TIC Domicílios apontou que 49% da população brasileira já realizou alguma atividade ao computador, no entanto essa experiência não significa, necessariamente, que o equipamento foi usado como ferramenta de processamento de informações. Isso porque 47% dos entrevistados declararam ter habilidade para manipular um mouse, mas apenas 32% utilizou um editor de texto.

A proporção de indivíduos com habilidades frente o computador diminui conforme aumenta sua idade, e cresce segundo seu grau de instrução, classe social e renda familiar. "A explicação aparente para o fato de faixas etárias mais jovens saberem proporcionalmente mais sobre o uso da ferramenta tecnológica que as gerações mais velhas é a maior exposição ao computador nas escolas, lanhouses e cybercafés e a conseqüente facilidade de aprendizado no seu manuseio", diz Mariana Balboni.

Metodologia
Produzido pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), o estudo foi realizado entre os meses de setembro e novembro de 2007 e investigou 17 mil domicílios na zona urbana, entrevistando pessoas com 10 anos ou mais, nas cinco regiões do país. A amostra foi desenhada com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

A pesquisa foi realizada em parceria com a Ipsos Public Affairs e manteve o padrão metodológico internacional da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da Eurostat (Instituto de Estatísticas da Comissão Européia). A TIC 2007 contou, ainda, com a colaboração do Observatório para a Sociedade da Informação na América Latina e Caribe (OSILAC), da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas (CEPAL), que trabalha com o desenvolvimento dos indicadores-chave das Tecnologias da Informação e da Comunicação, aprovados na Cúpula Mundial da Sociedade da